sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sobre ele (e os meus lirios)


Desde quando ele passou pelo meu portão meus lirios passaram a ficar assim: todos os dias floridos. Cada pétala vermelha daquela muda branca que Dona Odila me deu, trocando na minha visita biscoitos de polvilho por Lírios, meus (de)lirios vermelhos floriram nesta garagem dando flores apenas na primavera, mas desde quando ele esteve aqui no meu portão, os lirios passaram a agir de forma diferente, ora vermelhos, ora purpura, ora perfumados, ora apenas com cheiro de orvalho, meu (de)lirios agora floriam, não apenas na primavera, mas também no verão, outono e mais ainda no inverno, quando eu parecia mais precisar das cores que tanto gostava em minha garagem, o branco do inverno se misturava sempre ás cores da minha pele, mas com ele por perto as cores saltam pelas paredes e pelas flores, nem as margaridas que ficam no fundo do jardim conseguem finjir que não sentem sua presença, ele traz cor a todos estes cômodos. Traz o vermelho de volta a minha pele, clara e o meu coração duro como mármore.