quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009



Para Dirceu, Sou Marilia.
Para Leonardo, sou Monalisa.
Para Caminha, sou índia.
Mostro minhas vergonhas para ser bem descrita ao rei,
Como ouro nunca encontrado em Portugal.
Sou branca.
Esculpida do mármore mais gelado e pesado que o servo do artista consegue carregar.
Sou prostituta noturna de cabarés perdidos pelas ruas.
Sou branca, estou nua, e ainda assim sou brasileira.
Tenho olhos de ressaca.
Te arrasto, te puxo, te chamo pra brincar...
Vamos, me faça uma trança...
Leio romances de mulhersinha,
Me chame de madame, por favor.
Gosto que se refira á mim assim, servo meu.
Sou Rita, Ana, Laura, guerreira, amante, lapis de cor, alfinete...

Sonora

Canto Cantiga
De amigo para amigo
De sátira para sátira
Mas sempre pensando em uma senhora.
Senhora dos meus mais doces sonhos
É pra ela, moço, que eu canto
Ela é anjo.
Cor de folha de papel em branco pra eu rabiscar.
A letra que eu escrevo é pra ouvir da voz dela se pronunciar.
Ela é minha trilha, sonora
Minha senhora
Não há outro anjo em outro lugar...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Brinquedos do coração



Castelos de plásticos, contos de fadas
Trens de madeira, madeira maciça.
Mais não esqueço a listra,
"a listra!...
Que listra?!"
A listra Listrada da zebra guardada em baixo do colchão...
O cavalo de madeirra, madeira maciça.
"Onde está a boneca da menina, mãe?!"
Chamem ela de Ciça, mais também tem a Maria,
Maria belém...
Quantas bonecas guardadas,
E livros de contos de fadas,
Baldinhos de areia, e a Barbie sereia...
Cadê o meu trem?!
"Que trem menino?!"
O trem de madeira, madeira Maciça.
Mas meu melhor brinquedo,
Depois do trem, e do coreto,
São as asas, as asas de cera.
"Cera maciça!?"
Não, cera branquinha, daquelas bem fininhas,
que me fizeram um dia cair no chão.
(Para o meu irmão: Ícaro de Moraes Diniz- Por isso as asas de cera)